Padrão de beleza e aceitação

- POR Maria Rocha

 Temos visto muitas mulheres, homens e adolescentes esforçando-se para atingir um inatingível padrão de beleza imposto pelas mídias. Em uma sociedade democrática e capitalista, mulheres tornaram-se escravas da indústria da beleza e do desejo. Muitos homens também acabam se enquadrando na  busca por esse padrão inatingível, idealizando as mulheres supostamente mais desejáveis ou através de um perfeccionismo com o próprio corpo.

A maioria das pessoas não consegue atingir esse padrão e muitas, por estarem inconformadas com sua forma física, controlam alimentos que ingerem, para não engordar; esta escravidão acaba com a autoestima, produz uma guerra contra o espelho e gera uma auto rejeição terrível.

O culto ao corpo está além da vaidade, o padrão de beleza imposto pela sociedade tornou-se um pré requisito para algumas mulheres se sentirem reconhecidas e notadas. O desejo ultrapassa a questão.

A busca pelo corpo ideal e pelo desejo do outro, pode  colocar  a saúde em risco. As pessoas que estão fora do padrão imposto, aquelas que tem um corpo saudável, e até mesmo as que já estão visivelmente em forma, nunca estão satisfeitas.

Por um outro lado, quem está acima do peso acabam sofrendo pela angústia de estar ainda mais distante do ideal de beleza,  o que gera mais ansiedade e as faz comerem ainda mais. Até que ponto vamos chegar com essa busca incessante pelo corpo perfeito?! Uns vivem a privação do desejo, não se alimentam, outros recorrem às drogas/anabolizantes, cirurgias plásticas, hidrogel, dietas milagrosas e entre outras coisas.

Atingir o padrão de beleza ideal é para o seu próprio olhar, ou apenas para o olhar do outro?

A cisão entre corpo e mente dentro promovida pela  sociedade ocidental e patriarcal, nos distancia de uma consciência integrada de nossas qualidades, potenciais e sentimentos.

É necessário que os cuidados com o corpo não ultrapassem os limites de uma busca saudável  padrão que seja atingível dentro da própria realidade. A auto crítica não pode ter uma enorme discrepância com a sua realidade.

A auto imagem tem que ser condizente com o potencial de cada um. Só assim é possível alcançar objetivos de uma forma saudável e consistente, sem excessos, privações ou radicalismos.

Além disso, o mais importante ainda é que seja possível ultrapassar os padrões que são bombardeados em nossas mentes todos os dias, ao olhar-se no espelho e aprender a aceitar-se do jeito que é, antes de qualquer mudança. O amor próprio é essencial, pois não adianta mudar – ainda que de uma forma saudável – se você não se gostar na sua essência. Se o corpo muda, mas a mente continua a mesma, a mudança não tem consistência e não se sustenta a longo prazo. Portanto, antes de mudar o corpo, é primordial colocar a “cabeça” no lugar.

Se as pessoas descobrissem a beleza única que cada uma tem e não procurasse ser igual a ninguém, viveríamos em uma sociedade diferente.

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” Aprenda diariamente a ter um caso de amor com a pessoa bela que você é, desenvolva um romance com a sua própria história. Não se compare a ninguém, pois cada um de nós é um personagem único no teatro da vida” (CURY, 2005, p.1).



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